Um domingo qualquer...

Acordei.No despertador marcava 14h a led´s vermelhos,fiz um gesto igual ao que o Joe Berardo fez à saída da Assembleia do Millennium BCP:novo record,dormi 18 horas seguidas,ainda hei-de chegar às 24h.
Meti-me na casa-de-banho, já com um cigarro aceso nas bentas,abro o chuveiro para um banho quente e fiz o que mais gosto de fazer na banheira,mijar para o ralo.Mais um dia em que água quente se perdeu nos canos,mais um dia que fiquei sem tomar banho.Lembrei-me depois que não paguei o gás.Valeu-me as amostras de perfume do tempo em que comia a senisga de uma empregada de uma perfumaria.Cheirar a ranço?Foda-se,nunca na vida,não sou porco!
Já vestido,abri o frigorífico e vi-o mais uma vez vazio.Tinha de matar o bicho com alguma coisa.Então, de forma pacífica,arrombei a porta da vizinha da frente,entrei,mas não me esqueci da pedir licença.Como não estava ninguém,fui até à cozinha e trouxe comida para uma semana.Ela não se importará,porque ainda no outro dia, quando lhe estava a fazer o clistér de carne via bocal ela disse-me que ia começar a fazer dieta.
Já deitado no meu sofá,a fazer a minha própia matinê com a mão direita,toca a compainha.Abri e fico a saber pelo senhor engravatado à minha frente que devo 6 meses à Tv Cabo.Com a calma que me é característica,mandei dois bilhetes aos olhos castanhos do senhor e empurrei-o pelas escadas abaixo.Pareceu-me ouvir um "desculpe,senhor" da boca do engravatado,mas se calhar era a cabeça dele a bater no corrimão enquanto caía até ao 2ºandar.
Acendo um cigarro,já não me apeteceu fazer o resto da matinê,o relógio de cuco da sala,herdado da minha avó,marca 15h.Decidi fazer o aquecimento para bater o record.Deitei-me a dormir.